Para garantir um melhor gerenciamento do laboratório é necessário conhecer a fundo técnicas e ferramentas que ajudam na manutenção de um serviço de qualidade e de equipamentos adequados para os funcionários.
A prática do controle interno, por ser quotidiana e abrangente, possibilita um aprofundamento no conhecimento da técnica analÃtica e constatação de melhor ou pior desempenho de equipamentos, reagentes, calibradores e operadores. É possÃvel detectar de forma quantitativa, ou seja, por meio de indicadores numéricos, o desempenho de um sistema, as necessidades de calibrações, as necessidades de manutenções e até mesmo detectar o momento da substituição do sistema por outro de melhor tecnologia e estabilidade. Tudo isso respaldado por números que darão apoio aos seus argumentos nas discussões com seus superiores e ordenadores de despesas e com potenciais fornecedores.
Gerenciamento de falhas
O Controle da Qualidade é como a segurança. Você deve conduzi-lo regularmente para se certificar que não há falhas, não há problemas, mesmo que o histórico de um analito seja tranquilizador. Mas, infelizmente as falhas podem ocorrer. Gerenciar as falhas é detectá-las,  poder identificar a causa raiz e atuar no sentido de minimizar os danos para pacientes e para seu pessoal. Encontradas as causas, deve-se procurar implantar processo preventivo que evite novas ocorrências e em seguida monitorar a implantação desse processo. A monitorização na fase analÃtica vale-se do método de Controle Interno da Qualidade. O exercÃcio maior será para as falhas nas fases pré-analÃtica e pós-analÃtica, onde não há o controle estatÃstico de processos e a qualidade não pode, no mais das vezes, ser quantificada.
A padronização dos processos nas etapas dos exames laboratoriais é uma forma de garantir a qualidade no laboratório, o gerenciamento de falhas e de um bom gerenciamento geral. Muitos laboratórios clÃnicos utilizam os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) como forma de orientar que os processos sejam executados como previstos e assim minimizar erros e garantir a qualidade. A utilização de POP é uma prática consagrada.
Fornecedor
Muitas vezes o mercado traz novidades e o profissional é convencido por vendedores a adotar outra linha de reagentes de menor preço, substituindo uma anterior que apresentava estabilidade. A introdução de novas metodologias é uma das ações mais crÃticas no laboratório e que pode ameaçar a estabilidade dos sistemas e a qualidade dos resultados. O controle interno da qualidade pode ajudar a constatar vantagens e desvantagens dessa substituição destacando evidências objetivas sobre o que é fundamental: a qualidade dos seus resultados.
De forma análoga, materiais de controle que se não possuem o melhor padrão e não são disponibilizados de forma regular e continuada podem comprometer o resultado do trabalho no controle interno da qualidade. O ideal é que os laboratórios clÃnicos procurem obter o material de controle adequado para o sistema analÃtico, tenham uma previsão de consumo e um planejamento de entrega desse material pelo fornecedor.
Os fornecedores estão em constante evolução na produção e disponibilização de materiais que possam atender as crescentes necessidades de controle dos laboratórios. A boa interação com seu fornecedor ajudará o gestor do laboratório a fazer a melhor escolha.
Treinamento de pessoal
É necessário que os laboratórios clÃnicos forneçam capacitação e treinamento para os funcionários que lidam diretamente com os processos, especialmente os mais crÃticos, adotando programas regulares de treinamento. É importante ainda que o profissional de laboratório clÃnico entenda de gestão da qualidade, que é o planejamento, implantação e acompanhamento de sistemas da qualidade, administrativos e técnicos.
Gerenciar os sistemas analÃticos é uma atribuição do profissional de laboratório e ele deve procurar fazê-lo no máximo possÃvel respaldado por dados e informações. O controle interno da qualidade, por fornecer indicadores de desempenho é um importante aliado para o gerenciamento quanto à manutenção, ou substituição de um sistema analÃtico, em parte ou no todo.
por Dr. Silvio Basques
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